segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Último ditador argentino é julgado por crimes contra direitos humanos

O general Reynaldo Bignone, de 81 anos, último ditador argentino entre 1982 e 1983, sentou-se nesta segunda-feira no banco dos réus de um tribunal, na abertura de um julgamento oral contra ele por crimes contra os direitos humanos, informou um funcionário da justiça.
Bignone, que cumpre prisão domiciliar, é acusado de práticas de sequestro e torturas contra 56 vítimas, ocorridos nos centros clandestinos de detenção conhecidos como 'La casita' e 'El campito' que funcionaram no quartel militar de Campo de Mayo, na periferia oeste de Buenos Aires.
O militar assumiu a presidência de fato durante a ditadura (1976-1983), em julho de 1982, na agonia do regime cívico-militar, depois de perder a guerra das Malvinas (Falklands) contra o Reino Unido.O acusado entregou o poder em dezembro de 1983 ao falecido ex-presidente social democrata Raúl Alfonsín (1983-89), eleito nas urnas.
Em relação a este general do exército pesam ainda otras causas, uma por roubo de filhos de desaparecidos, e outra por sequestros e torturas a médicos e enfermeiros de um hospital da periferia oeste de Buenos Aires.
Pelos crimes em Campo de Mayo, junto a Bignone, estão sendo julgados cinco ex-chefes militares, entres eles os generais Fernando Verplaetsen (84) e Santiago Omar Riveros (83).
Na Argentina há 204 causas abertas por violações aos direitos humanos durante a ditadura, nas quais estão sendo julgados 526 repressores, dos quais 385 se encontram detidos, segundo um recente levantamento do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS).
Umas 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura e 500 bebês nascidos durante o cativeiro de suas mães foram roubados, dos quais 97 recuperaram sua verdadeira identidade, segundo organizações de direitos humanos.

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