quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Assim caminha a humanidade

Chicotadas e apedrejamento público serão legalizados em Aceh.
O Parlamento da província de Aceh, na Indonésia, aprovará uma lei que estipula o apedrejamento como pena máxima para casos de adultério e cem chicotadas em público como castigo para que mantenham relações sexuais antes do matrimônio, informou hoje a imprensa local.As medidas serão aprovadas na próxima segunda-feira em Aceh, que até 2004 foi palco de um conflito separatista que durou três décadas, e são um novo passo em direção a implantação no local de uma interpretação radical da lei corânica.
Raihan Iskandar, vice-presidente do Parlamento de Aceh, assegurou em declarações ao diário "The Jakarta Globe", que a normativa conta com um grande respaldo social e político, apesar das críticas que suscitou fora da região situada ao norte da ilha de Sumatra."Recebemos muitos apoios para ratificá-la.
Com esta norma esperamos conseguir um mandato claro para implementar a 'lei' em Aceh", assinalou.Além disso, lembrou que a Lei de Governo de Aceh, aprovada pelo Legislativo central em 2006, autoriza a esta província a implementar o "código penal corânico", dado seu caráter de bastião do conservadorismo islâmico. "Mas não podemos castigar ou apedrejar a pessoas cegamente. Se deverá fazer baseado nas regras e segundo o estipulado nos costumes locais", acrescentou Raihan Iskandar, do islamita Partido da Justiça e a Properidade (PKS).
Os detratores da lei sublinharam sua inconstitucionalidade, ao considerar que viola os Direitos Humanos, embora alguns analistas assinalaram que a Carta Magna da Indonésia sanciona os privilégios da província de Aceh para impor a lei religiosa.
Segundo os analistas, pelo menos 16 das 33 províncias da Indonésia aprovaram leis nos últimos anos influenciadas em maior ou menor medida em interpretações radicais da lei corânica.O Movimento para a liberação de Aceh (Gerakan Aceh Merdeka, GAM) entregou as armas em 2005 em troca de um estatuto de autonomia e da convocação de eleições livres, vencidas pelo líder do grupo, Irwandi Yousef.

Fonte: UOL/EFE

Um comentário:

  1. Em nós, ocidentais, notícias como essa provocam sentimentos vários: de indignação, desprezo pelos legisladores que criaram uma lei que viola os direitos humanos, etc.
    Todavia, temos que levar em conta as condições culturais de cada país, no caso, a Indonésia.
    Lá, o Estado não é laico, sendo que a religião é islâmica, a qual, em vários países, vive, atualmente, uma fase de impulso fundamentalista.
    Por esse motivo, seus líderes tentam aprovar(e aprovam)leis que reflitam a ideologia necessária para reforçar a unidade da comunidade.
    Como é uma mera questão ideológica, se contar com o assentimento do "homem médio", tal política será bem sucedida e o governo, claro, sai fortalecido. Se, ao contrário, tal política não corresponder ao real e íntimo anseio dos cidadãos, haverá, claro, reação popular, descontentamento explícito e a lei, se chegar a sair, será revogada, ou no mínimo não passará de letra morta.

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