segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Lula usa pré-sal para justificar parceria militar

Claudia Andrade
Do UOL Notícias em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira em discurso no Palácio da Alvorada, em Brasília, que a parceria estratégica com a França na área militar tem "um valor extraordinário" e disse que fazer investimento na área de defesa é "cuidar do nosso território e da nossa soberania". Ele ainda citou a descoberta do pré-sal para justificar a parceira militar.
O governo brasileiro confirmou hoje a intenção de comprar o caça francês GIE Rafale, da empresa francesa Dassault, que competia em uma acirrada licitação com o Gripen da sueca Saab e o F/A18 Super Hornet da americana Boeing por um contrato de US$ 4 bilhões.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não há um contrato assinado para o Rafale, mas "uma decisão de iniciar as negociações com um fornecedor, o que não há com os outros dois".
Amorim disse também que a negociação não envolve apenas a Dassault, porque há um compromisso do governo francês na negociação, e informou que a parceria começa dentro de um compromisso por preço competitivo e condições de financiamento.
O presidente brasileiro ressaltou que a parceria com a França não é simplesmente comercial. "A França não quer só vender para o Brasil e o Brasil para a França.
Queremos pensar juntos, criar juntos, construir juntos e, se for possível, vender juntos. Por isso, essa parceria, sobretudo na área de defesa, é muito importante", falou.
"Deve sempre passar pela nossa cabeça a ideia de que o petróleo já foi motivo de muita guerra e muito conflito e nós não queremos isso. Estamos trabalhando com a possibilidade de, nos próximos 15, 20 anos, o Brasil se transformar uma grande potência mundial", declarou Lula durante a coletiva.
Lula disse ainda que o Brasil é um país que "prima pela paz", mas lembrou que tem uma grande área na Amazônia a ser preservada e uma nova riqueza a ser defendida: o pré-sal.
O presidente Nicolas Sarkozy, que acompanhou pela manhã o desfile de 7 de Setembro como convidado de honra da Presidência da República, ratificou a ideia de trabalho conjunto: "Queremos desenvolver uma grande indústria aeronáutica, desenvolver aviões juntos". Para o presidente francês, "a segurança do Brasil é também a segurança mundial e da Europa".

6 comentários:

  1. Definitivamente, o Brasil tem se mostrado, no cenário internacional, esplendoroso em suas riquezas naturais e promissor em suas tecnologias.
    É bom saber que possuímos riquezas suficientes para atuarmos no cenário mundial com o poder econômico forte.
    Contudo, confesso ter medo. Os olhos do mundo crescem em nossa direção. O que impedirá os ambiciosos por poder e dinheiro de nos invadir e massacrar, quando nossos recursos naturais em abundância forem escassos ou extintos no resto do mundo, sob a justificativa da legítima "solidariedade internacional" ou "princípio do patrimônio comum da humanidade"?
    O presidente da França está mesmo certo: "a segurança do Brasil é também segurança mundial e da Europa".

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  2. É bom mesmo que o Brasil pense em defesa. Com tanto recurso natural em fartura somado ao desperdício e escassez no resto do mundo, logo vão vir buscar água nas nossas fontes e petróleo em nossas plataformas (sem pedir).

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  3. Professor, olhe por favor as correçoes dos resumos do nosso blog: o estrangeiroeonacional.
    Obrigada, Nathalia Lisboa


    obs: O brasil tem sim que ter uma defesa, pq quando faltar agua e aqui que vao buscar!!!

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  4. Colegas,
    Esse discurso é tão velho quanto o Big Bang. Quem ganha com ele são os fabricantes de armas. Vocês sabiam que esta é a indústria que mais cresce no mundo? A vitória deste tipo de discurso tem como resultado morte e destruição - não só da nossa espécie e da nossa civilização, mas, potencialmente, da própria vida na Terra. Se não agora, mas em algum dia próximo.
    Não nos deixemos comprar por este tipo de ideologia que só interessa a um pequeno grupo de capitalistas da guerra. O mundo não pode permanecer atrasado alimentando-se de ódio, discriminação e segregação. Temos que finalmente aceitar que toda a humanidade é uma única família. Somos todos irmãos e isso não é discurso religioso; é a ciência que afirma que nosso patrimônio genético é um só. Temos que enxergar nossas diferenças como a grande riqueza cultural que conseguimos criar e acumular ao longo dos milênios. Não temos o que defender. Nossos recursos naturais devem ser protegidos é de nós mesmos; não temos que disputá-los com o discurso de que "vimos primeiro". Temos que compartilhar. Não à guerra, não às armas, please, par amour, por nuestros hijos.

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  5. Concordo com você Luiz , esta corrida armamentista na america do sul somente interessa a um pequeno grupo de capitalistas que mandam no mundo a séculos e que vivem no hemisfério norte.
    Gastar bilhões de dolares na compra de aviões, tendo como justificativa o pré-sal e a soberania nacional no meu entender não é motivo justificável. Creio que o mais importante seria que fosse investido este dinheiro público na pesquisa e construção de nosso próprio caça.
    Pois tenho certeza que no dia que não interessar aos franceses ou americanos que estes aviões sobrevõem os céus do nosso Brasil , basta que estes apertem um botão nos comandos militares que os ditos só serviram pra enfeite.

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  6. Na verdade o poder da Força Aérea Brasileira já vem sucateada a mais de uma década.A nível bélico guardadas as devidas proporções, toda Força Aérea Brasileira em atividade caberia em um unico porta aviões americano, tamanho é a desvantagem a nível estratégico em que o Brasil está com sua Força Áerea o que em um país de tamanho continental tem que ter suas reais cautelas.
    Não é primeira vez que o Brasil abre uma parceria com a França. Há aproximadamente 6 anos a França renovou a nivel de tecnologia os já ultrapassados caças "MIRAGES 2000", o que já foi um salto, entretanto ainda encontra-se aquém do que deveria.Receber a informação da compra dos novos caças franceses já é um grande avanço.

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